Pacientes criticam atendimento de hospitais em Suzano e Ferraz

.Quatro dias após sofrer intervenção da Prefeitura, a maternidade da Santa Casa de Suzano tenta, aos poucos, retormar a rotina dos atendimentos.

Na recepeção, nesta segunda-feira (20), pacientes aguardavam para ser atendidos e o clima parecia ser de normalidade. Porém, quem foi até a unidade procurar atendimento reclamava que o tempo de espera ainda era um grande problema. “Minha mulher está com um mês de gestação, com uma cólica muito forte e até agora não falaram nada. Só pediram para aguardar e a gente está aguardando”, relata o conferente Cléber de Jesus

No setor de ortopedia, um aviso comunicava que o atendimento nesta segunda-feira (20) era só para os casos de emergência e urgência. O soldador Hélio de Martins torceu um dos dedos do pé jogando futebol, veio procurar ajuda e disse que foi tudo tranquilo. “Para mim, foi normal. Fui atendido normal, o médico fez o que tinha que fazer... Tudo bem”, resume.

Já para o mangueirista Amilton Santos Souza, nada foi tranquilo. Com dores na mão, ele não pode trabalhar nesta segunda. Procurou tratamento, mas não sabia quando seria atendido. “Tem uma meia hora que eu estou esprando para ser atendido. Tem que esperar, fazer o quê?”, questiona.

Ferraz de Vasconcelos
No Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos também há problemas. Em 10 de janeiro, duas gestantes foram ao hospital para receber atendimento. Além de não conseguirem, uma delas teve que ser levada às pressas para outro hospital depois que a bolsa estourou.

Nesta segunda-feira, dez dias depois, o movimento no setor de maternidade foi mais tranquilo. As gestantes foram atendidas por um ginecologista, mas segundo elas, o  hospital não está mais internando as gestantes em trabalho de parto. Todas foram avisadas que se uma delas fosse dar à luz, teria que ir pro Hospital Geral de Guaianases, na capital. Além disso, a partir desta terça-feira (21) nem mesmo as consultas com o ginecologista seriam feitas mais ali.

“Falaram que as pessoas aque estavam aqui seriam atendidas hoje, mas amanhã já não teria mais e vai estar tudo no geral agora, lá no Hospital Geral. Hoje seria o último dia de atendimento aqui”, explica a dona de casa Cátia Rissi.

Com a namorada grávida de oito meses, o pesador Allan Komoti se revoltou com a situação. “Falou que vai ser fechado, não vai estar atendendo, não. Falou que vai terque encaminhar para Guaianazes. Hoje foi atendido pelo ginecologista, mas se fosse para nascer hoje não seria aqui, teria que ir para Guaianazes. Para a população é ruim, ter que ir para outro lugar, para longe. Seria melhor por aqui mesmo”, comenta.

Nota
O Hospital Regional de Ferraz de Vasconcelos informou que a realização de partos na unidade não está suspensa e que não orientou nenhum de seus funcionários a dispensar grávidas. A unidade hospitalar também afirmou que irá investigar o ocorrido, uma vez que nesta segunda-feira (20) há quatro médicos - entre ginecologistas-obstetras e neonatologistas - no plantão.

Em relação ao funcionamento, o hospital afirma que a maternidade funcionará normalmente nesta terça (21). Sobre à paciente Cátia Rissi, o hospital informou que ela deu entrada na unidade com um quadro de infecção hospitalar. A gestante foi avaliada, medicada e liberada após a estabilização de seu quadro de saúde.