Passageiros também embarcam no sentido contrário no metrô para entrar em vagão mais vazio
Lentidão e superlotação afetam passageiros na capitalReprodução/Metro São Paulo
Fonte: Band
Davi Franzon, do Metro São Paulonoticias@band.com.br
A superlotação nos trens do metrô, da CPTM e nos ônibus da capital obriga o paulistano a adotar alternativas para tentar escapar do aperto e da lentidão na ida e na volta do trabalho. Pesquisa sobre a imagem do transporte público realizada pela ANTP (Associação Nacional de Transporte Público) mostra que 38% saem mais cedo de casa, ou mais tarde do trabalho, para conseguir entrar em um vagão de trem ou em um ônibus menos lotado.
Outra tática adotada na capital, principalmente por quem utiliza a linha 3-Vermelha do metrô, é embarcar no sentido contrário para conseguir entrar em uma composição. O levantamento, que ouviu 2.378 pessoas, revela que o paulistano abre mão de várias atividades por conta da falta de linhas de ônibus e metrô após à meia-noite: 24,2% dos entrevistados afirmam que deixam de realizar programas de lazer durante os finais de semana por falta de alternativas.
O publicitário Bruno Quintanilha, de 23 anos, sai de casa uma hora mais cedo para pegar o trem da CPTM menos lotado no trajeto entre Guaianazes e a Barra Funda, onde trabalha. “Preciso sair mais cedo porque senão não consigo entrar no trem”.
A avaliação da qualidade do transporte público entre 2005 e 2012 também piorou, de acordo com o estudo. O sistema de ônibus teve a maior queda, despencando 26 pontos percentuais. Em 2005, 61% avaliavam o sistema como bom ou excelente. No ano passado, o percentual caiu para 35%.
No caso do metrô, a parcela de passageiros que aprova o serviço oferecido caiu de 92% para 75%, no mesmo período. Com relação aos trens da CPTM, a aprovação passou de 60% para 44%.
Para tentar reverter esse quadro, a prefeitura aposta em faixas exclusivas para ônibus. Até agora, já foram implantados 146 quilômetros.
Para o professor de engenharia de transporte da USP Cláudio Barbieri, a medida pode trazer resultados, mas é preciso avaliar em quais pontos da cidade a faixa é realmente eficaz. “Veja o caso da faixa na Paulista. A quantidade de interferências, como os cruzamentos, reduz os efeitos positivos do trecho segregado para o ônibus”.
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